segunda-feira, 25 de julho de 2016

Revisão Bibliográfica: A Expansão dos Casos de Câncer de Pênis no Brasil



             O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papiloma vírus humano) e o câncer de pênis.

            O Brasil é um país com uma das maiores incidências de câncer de pênis no mundo, com frequência variável, dependendo da região estudada. O Instituto Nacional do Câncer estimou mais de 4600 casos de câncer de pênis no Brasil em 2009, sendo a região Nordeste a mais prevalente.

            No Brasil, este câncer representa cerca de 2% de todas as neoplasias que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, existindo Estados, como é o caso do Maranhão, em que sua incidência supera até a do câncer de próstata.

            A enfermagem tem relevante papel em todo círculo que vai desde o descobrimento da patologia, sendo de grande importância para a resolução dela. Há carência na formação de recursos humanos em oncologia na área de Enfermagem quer para o ensino como para a assistência. Não se pode deixar de registrar o relevante papel que o INCA/MS e outras instituições têm desempenhado para reverter a carência de formação de recursos humanos como a de adoção de medidas de prevenção e detecção precoce na área de cancerologia.

            Cada região pode apresentar características diferentes condições de saúde; o atendimento à saúde da população muitas vezes é determinado por influência de fatores históricos, sociais e políticos e suas consequências tanto no processo de organização dos serviços de atendimento ao público como no estabelecimento das políticas adotadas.

O tratamento se dá desde a lesão primária deve ser tratada, preferencialmente, por cirurgia, cuja extensão varia desde prostectomia, amputações parcial e total e até emasculação. A abordagem radioterápica, por não permitir o correto estadiamento e por implicar em pior controle local da doença, fica reservada aos pacientes que recusam cirurgia. Outras formas de tratamento local, incluindo o emprego de laser, crioterapia e microcirurgia de Mohs, raramente são usadas no CP invasor.

Uma das maneiras de prevenção é voltada aos casos de infecção pelo HPV deve ser abordada e assistida como um problema do casal, sendo importante propiciar tratamento e orientações adequados ao homem e, assim, prevenir sequelas, entre as quais, o câncer de pênis.

  SINAIS E SINTOMAS
FONTE: GOOGLE IMAGENS


REFERÊNCIAS:
RÊGO, A. E. A  et al. Revisão Bibliográfica: A expansão dos casos de câncer de pênis no Brasil. Universidade Federal do Piauí, Picos , julho de 2016.         

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Inflamação Aguda e Crônica


inflamação crônica dura semanas, meses ou anos, enquanto a inflamação aguda tem curta duração, horas ou dias.
Artrite Reumatóide: doença caracterizada pela inflamação crônica das articulações.

inflamação aguda é caracterizada pelos fenômenos vasculares e exsudativos enquanto a inflamação crônica é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose.
Eczema, também chamado de dermatite, se refere a qualquer tipo de inflamação da pele. Em geral, iniciam-se pela aparecimento de vermelhidão e inchaço da superfície cutânea.

As possíveis evoluções da inflamação aguda são:
  • Resolução
  • Cura por fibrose
  • Progressão para inflamação crônica
Ocorre resolução quando o processo inflamatório agudo é bem sucedido, atingindo o seu objetivo de conter, diluir e destruir o agente agressor, ocorrendo pouca destruição tecidual. Neste caso o edema e as proteínas são drenados pelos vasos linfáticos; os leucócitos polimorfo nucleares neutrófilos do foco inflamatório sofrem apoptose e são fagocitados pelos macrófagos juntamente com os restos necróticos. Depois disso o tecido inflamado volta ao normal.
Ocorre cura por fibrose quando o dano tecidual é maior e não é possível restabelecer a estrutura normal do órgão ou tecido lesado, sendo a área necrótica substituída por uma cicatriz fibrosa. Neste caso ocorrem fenômenos semelhantes aos da resolução, porém há proliferação vascular e de fibroblastos que se encarregam de produzir e depositar colágeno no interstício.
Quando o agente agressor não é destruído prontamente ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos, por exemplo), ocorre a inflamação crônica.

A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:

·         Infecção persistente por certas bactérias como, por exemplo, o bacilo da tuberculose.
·         Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica.
·         Reações autoimunes como, por exemplo, no lúpus eritematoso sistêmico.

Características Morfológicas:

·         Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos).

·         Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias.

·         Tentativa de reparo que produz tecido conjuntivo.
Os macrófagos são as principais células da inflamação crônica e acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos:
·         Quimiotaxia
·         Proliferação de macrófagos no foco inflamatório

·         Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório.

Outras células importantes na inflamação crônica são:

·         Linfócitos - mobilizados em reações imunes (T e B) e não imunes. Interagem com os macrófagos.
·         Eosinófilos – são particularmente abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas parasitoses
·         Mastócitos – são células abundantes no tecido conjuntivo e que podem liberar histamina, particularmente nas reações anafiláticas a drogas, venenos de insetos e reações a alimentos.

Leucócitos polimorfonucleares – embora sejam mais característicos das inflamações agudas, podem ser encontrados também nas inflamações crônicas.
As inflamações crônicas podem ser divididas, sob o ponto de vista anátomo- patológico, em:
  •  Inflamações específicas são caracterizadas pelos granulomas, que são acúmulos localizados de macrófagos e macrófagos modificados, (células epitelióides e células gigantes inflamatórias). Os granulomas podem ainda apresentar outras células tais como linfócitos, eosinófilos e fibroblastos, além de necrose e do próprio agente agressor.

Neste tipo de resposta, os macrófagos ingerem o material estranho e Há dois tipos de granulomas: 
  • Granulomas tipo corpo estranho são provocados por corpos estranhos (fios de sutura, por exemplo) relativamente inertes e que não provocam resposta imune. O exame histológico destes granulomas permite ver o corpo estranho no seu interior.
  •  Granulomas imunes são causados por agentes, insolúveis ou de digestão difícil, capazes de provocar uma resposta imune celular.

Os linfócitos T, que são então ativados, produzindo citosinas, ativando outras células T e outros macrófagos.

Os vasos linfáticos e os linfonodos drenam e filtram o material existente no interstício e são de importância fundamental no processo inflamatório. 
Os vasos linfáticos, por não apresentarem membrana basal, são capazes de reabsorver facilmente o líquido de edema e as proteínas do interstício. Válvulas no seu interior impedem o refluxo da linfa. 
Chegando aos linfonodos, a linfa é exposta aos macrófagos fixos aí contidos (histiócitos sinusoidais) que fagocitam agentes agressores e outras partículas.
Durante este processo pode ocorrer inflamação na parede do vaso linfático (linfangite), e muitas vezes este pode ser  visto como uma linha vermelha no seu trajeto sob a pele em direção ao linfonodo de drenagem.
Quando o processo inflamatório alcança os linfonodos (linfadenite) estes aumentam de tamanho por causa da hipertrofia e hiperplasia dos folículos linfóides e das células sinusoidais e tornam-se dolorosos.

Efeitos sistêmicos da inflamação:
  • Febre -  um mecanismo de defesa.
  • Proteínas da fase aguda- proteína C reativa, fibrinogênio, proteína amilóide A sérica são produzidas pelo fígado e aumentam nas infecções, podendo ser dosadas ou indiretamente estimadas para diagnóstico. Em infecções crônicas, a produção continuada de proteína amiloide A sérica pode levar à amiloidose secundária.
  • Leucocitose- ocorre por causa do aumento da liberação de leucócitos pela medula óssea (estimulada por citocinas), inclusive leucócitos ainda imaturos (desvio para a esquerda).
  • Sepsis- em infecções bacterianas graves, a grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos (LPS ou endotoxinas) presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade de citocinas que por sua vez desencadeiam coagulação intravascular disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias.  
  • Outras manifestações - taquicardia, tremores, calafrios, anorexia, sonolência, palidez.





REFERÊNCIA: Pathology: Infecção Aguda e Crônica, disponível em <http://www.pathology.com.br/infl_cronica/infl_cronica_simpl.htm> Acesso em: 20 de julho de 2016. 


domingo, 3 de julho de 2016

Síndrome de Marfan

    
       A síndrome de Marfan (SMF) é uma doença de herança autossômica dominante do tecido conjuntivo, que envolve principalmente os sistemas músculoesquelético, ocular e cardiovascular. A principal causa de morte prematura nos pacientes afetados pela síndrome é dilatação progressiva da raiz da aorta e da aorta ascendente, causando incompetência e dissecção aórtica. A expectativa de vida média tem aumentado significativamente desde de 1972, aproximando-se da população geral. Isto se deve, pelo menos em parte, aos benefícios alcançados pela cirurgia cardiovascular e pela terapia farmacológica com betabloqueadores. As mutações no gene da fibrilina-1 (FBN1), que está localizado no cromossomo 15, são a causa da SMF.


SINAIS E SINTOMAS E COMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DE MARFAN

A síndrome de Marfan frequentemente afeta os ossos maiores do corpo. Isso pode ocasionar sinais ou traços como: composição alta e magra, longos braços, pernas e dedos, articulações flexíveis, peito afundado. 

      A complicação mais séria da síndrome de Marfan envolve os vasos sanguíneos e coração. Síndrome de Marfan pode afetar a aorta, o principal vaso sanguíneo que supre sangue rico em oxigênio ao corpo. Na síndrome de Marfan a aorta pode distender e crescer fraca. Essa condição é chamada dilatação da aorta ou aneurisma dissecante da aorta, complicação mais séria da síndrome de Marfan envolve os vasos sanguíneos e coração. Síndrome de Marfan pode afetar a aorta, o principal vaso sanguíneo que supre sangue rico em oxigênio ao corpo. Na síndrome de Marfan a aorta pode distender e crescer fraca. Essa condição é chamada dilatação da aorta ou aneurisma da aorta.




 



          TRATAMENTO
            A base do tratamento dos pacientes portadores dessa doença continua sendo o manejo clínico multidisciplinar, contudo a terapia gênica parece uma opção extremamente promissora em longo prazo. Independentemente dos avanços na genética molecular, é fundamental que o médico busque sempre a maior integração possível com o paciente e seus 68 familiares, já que essa é uma patologia com um importante impacto físico, social e emocional.


                   Vídeo - Programa Bem-Estar  realizado pelo nosso grupo sobre o assunto!!  VEJAM!





REFERÊNCIAS :

   BARRETO, M.M.Síndrome de MarfanFundação Faculdade Federal De Ciências Médicas De Porto Alegre. Departamento de ciências morfológicas, 2002.



sexta-feira, 1 de julho de 2016

Distúrbios Hermodinâmicos



São distúrbios que afetam, de alguma forma, a circulação sanguínea de um indivíduo, levando-o a um quadro patogênico

Isquemia



É a deficiência no suprimento sanguíneo por diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares a determinado tecido ou órgão. Pode ocorrer por causas funcionais como hemorragia ou por causas mecânicas como obstrução vascular. As consequências dependem do tipo de tecido afetado, da eficiência da circulação colateral, da velocidade com que se instala e do grau de redução do calibre da artéria afetada em casos de obstrução.





Infarto

É a necrose resultante da interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso; pode ser branco, vermelho e séptico.
O branco, também chamado anêmico ou isquêmico, se dá por obstrução arterial em órgãos de circulação terminal, apresentando uma área branca. O vermelho (hemorrágico) ocorre em órgãos de dupla circulação onde há oclusão arterial ou oclusão venosa. Nesse tipo, a circulação dupla leva a hemorragia secundária. Enquanto o séptico se dá por vegetações bacterianas nas válvulas cardíacas formando trombos e, consequentemente, êmbolos.





Hiperemia

 É o aumento da concentração de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular. A hiperemia pode ser ativa/arterial ou passiva/venosa/congestão. A hiperemia ativa é ainda subdividida em fisiológica ou patológica e a passiva em local ou sistêmica.


# HIPEREMIA ATIVA:


Quando há aumento do fluxo sanguíneo por aumento da pressão arterial (PA) ou diminuição da resistência pré-capilar, há uma hiperemia ativa. Ela é fisiológica por aumento da demanda funcional ou patológica por liberação de mediadores químicos inflamatórios.



# HIPEREMIA PASSIVA/ CONGESTÃO



 Quando há aumento do fluxo sanguíneo por diminuição da drenagem venosa ou aumento da resistência pós-capilar, há uma hiperemia passiva. Ela é local se afetar apenas um vaso sanguíneo específico e sistêmica se gerar uma estase em toda circulação.







Trombose


É a massa sólida formada pela coagulação sanguínea, enquanto trombose é a solidificação dos constituintes do sangue, ou seja, é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas da parte inferior do corpo, geralmente nas pernas. 






Processo de formação de um trombo:






 O trombo pode se destacar do local de origem e  viajar pela corrente sanguínea. A partir disso, há a formação de um êmbolo. Ou o trombo pode se dissolver e se reorganizar por atividade fibrinolítica, pode se propagar ou recanalizar.







Êmbolo

É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue até um local distante de seu ponto de origem. O êmbolo pode ser classificado em sólido, líquido e gasoso. Exemplificando, uma tromboembolia é um êmbolo sólido oriundo de um trombo. A embolia gordurosa é um exemplo de êmbolo líquido causado pela junção de gotículas de medula óssea e sangue, enquanto um êmbolo gasoso pode ser formado em mergulhadores que voltam a superfície de maneira incorreta





 Hemorragia

 É a liberação de sangue por ruptura dos vasos sanguíneos, tanto para o interstício quanto para cavidades pré formadas (meio interno) ou para o exterior do corpo como nas fezes, vômitos, menstruação.

– Hematomas: é qualquer acúmulo de sangue através da hemorragia
– Petéquias: pequenas manchas hemorrágicas de 1 a 2 mm
– Púrpuras: pequenas manchas hemorrágicas > que 3 mm
– Equimose: pequenas manchas hemorrágicas porém maiores que 1 cm


Choque

É causado pela sobrecarga do sistema cardiovascular, através especificamente da sobrecarga do sistema respiratório e cardiovascular. Constitui uma hipoperfusão sistêmica através da diminuição do débito cardíaco, diminuindo a quantidade de sangue que circula pelo corpo em relação ao nível normal de sangue que deve circular. Assim sendo, ocorre então uma menor pressão arterial o que propicia a Hipoperfusão, que é quando as células passam a receber menos quantidade de O2, tornando-se então anaeróbicas e nesse momento, resultando do metabolismo anaeróbico há a liberação do ácido lático, que é terrivelmente prejudicial para as células causando lesões irreversíveis, provocando a morte do indivíduo.

Tipos de choques:

– Cardiogênico
– Hipovolêmico (diminuição do fluxo sanguíneo)
– Hemorrágico (perda de líquidos: água = diarréias, vômitos, suor; ou sangue = hemorragia)
– Séptico (causado por infecções de bactérias e fungos)
– Anafilático (alimentos, corantes, etc; picadas de insetos, vacinas.


REFERÊNCIAS:

 Patologia Geral - UFF. Distúrbios Hermodinâmicos. Disponível em: <http: //patogeralpunf. wixsite. com/punfuff/distrbios-hemodinamicos-i-> . Acesso em : 25.jun.2016.

 Distúrbios Hermodinâmicos. Sou Biologia. Disponível em : <http: //euquerobiologia. blogspot. com. br/2013/04/disturbios-hemodinamicos.html. Acesso em: 25.jun.2016