quarta-feira, 20 de julho de 2016

Inflamação Aguda e Crônica


inflamação crônica dura semanas, meses ou anos, enquanto a inflamação aguda tem curta duração, horas ou dias.
Artrite Reumatóide: doença caracterizada pela inflamação crônica das articulações.

inflamação aguda é caracterizada pelos fenômenos vasculares e exsudativos enquanto a inflamação crônica é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose.
Eczema, também chamado de dermatite, se refere a qualquer tipo de inflamação da pele. Em geral, iniciam-se pela aparecimento de vermelhidão e inchaço da superfície cutânea.

As possíveis evoluções da inflamação aguda são:
  • Resolução
  • Cura por fibrose
  • Progressão para inflamação crônica
Ocorre resolução quando o processo inflamatório agudo é bem sucedido, atingindo o seu objetivo de conter, diluir e destruir o agente agressor, ocorrendo pouca destruição tecidual. Neste caso o edema e as proteínas são drenados pelos vasos linfáticos; os leucócitos polimorfo nucleares neutrófilos do foco inflamatório sofrem apoptose e são fagocitados pelos macrófagos juntamente com os restos necróticos. Depois disso o tecido inflamado volta ao normal.
Ocorre cura por fibrose quando o dano tecidual é maior e não é possível restabelecer a estrutura normal do órgão ou tecido lesado, sendo a área necrótica substituída por uma cicatriz fibrosa. Neste caso ocorrem fenômenos semelhantes aos da resolução, porém há proliferação vascular e de fibroblastos que se encarregam de produzir e depositar colágeno no interstício.
Quando o agente agressor não é destruído prontamente ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos, por exemplo), ocorre a inflamação crônica.

A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:

·         Infecção persistente por certas bactérias como, por exemplo, o bacilo da tuberculose.
·         Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica.
·         Reações autoimunes como, por exemplo, no lúpus eritematoso sistêmico.

Características Morfológicas:

·         Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos).

·         Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias.

·         Tentativa de reparo que produz tecido conjuntivo.
Os macrófagos são as principais células da inflamação crônica e acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos:
·         Quimiotaxia
·         Proliferação de macrófagos no foco inflamatório

·         Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório.

Outras células importantes na inflamação crônica são:

·         Linfócitos - mobilizados em reações imunes (T e B) e não imunes. Interagem com os macrófagos.
·         Eosinófilos – são particularmente abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas parasitoses
·         Mastócitos – são células abundantes no tecido conjuntivo e que podem liberar histamina, particularmente nas reações anafiláticas a drogas, venenos de insetos e reações a alimentos.

Leucócitos polimorfonucleares – embora sejam mais característicos das inflamações agudas, podem ser encontrados também nas inflamações crônicas.
As inflamações crônicas podem ser divididas, sob o ponto de vista anátomo- patológico, em:
  •  Inflamações específicas são caracterizadas pelos granulomas, que são acúmulos localizados de macrófagos e macrófagos modificados, (células epitelióides e células gigantes inflamatórias). Os granulomas podem ainda apresentar outras células tais como linfócitos, eosinófilos e fibroblastos, além de necrose e do próprio agente agressor.

Neste tipo de resposta, os macrófagos ingerem o material estranho e Há dois tipos de granulomas: 
  • Granulomas tipo corpo estranho são provocados por corpos estranhos (fios de sutura, por exemplo) relativamente inertes e que não provocam resposta imune. O exame histológico destes granulomas permite ver o corpo estranho no seu interior.
  •  Granulomas imunes são causados por agentes, insolúveis ou de digestão difícil, capazes de provocar uma resposta imune celular.

Os linfócitos T, que são então ativados, produzindo citosinas, ativando outras células T e outros macrófagos.

Os vasos linfáticos e os linfonodos drenam e filtram o material existente no interstício e são de importância fundamental no processo inflamatório. 
Os vasos linfáticos, por não apresentarem membrana basal, são capazes de reabsorver facilmente o líquido de edema e as proteínas do interstício. Válvulas no seu interior impedem o refluxo da linfa. 
Chegando aos linfonodos, a linfa é exposta aos macrófagos fixos aí contidos (histiócitos sinusoidais) que fagocitam agentes agressores e outras partículas.
Durante este processo pode ocorrer inflamação na parede do vaso linfático (linfangite), e muitas vezes este pode ser  visto como uma linha vermelha no seu trajeto sob a pele em direção ao linfonodo de drenagem.
Quando o processo inflamatório alcança os linfonodos (linfadenite) estes aumentam de tamanho por causa da hipertrofia e hiperplasia dos folículos linfóides e das células sinusoidais e tornam-se dolorosos.

Efeitos sistêmicos da inflamação:
  • Febre -  um mecanismo de defesa.
  • Proteínas da fase aguda- proteína C reativa, fibrinogênio, proteína amilóide A sérica são produzidas pelo fígado e aumentam nas infecções, podendo ser dosadas ou indiretamente estimadas para diagnóstico. Em infecções crônicas, a produção continuada de proteína amiloide A sérica pode levar à amiloidose secundária.
  • Leucocitose- ocorre por causa do aumento da liberação de leucócitos pela medula óssea (estimulada por citocinas), inclusive leucócitos ainda imaturos (desvio para a esquerda).
  • Sepsis- em infecções bacterianas graves, a grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos (LPS ou endotoxinas) presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade de citocinas que por sua vez desencadeiam coagulação intravascular disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias.  
  • Outras manifestações - taquicardia, tremores, calafrios, anorexia, sonolência, palidez.





REFERÊNCIA: Pathology: Infecção Aguda e Crônica, disponível em <http://www.pathology.com.br/infl_cronica/infl_cronica_simpl.htm> Acesso em: 20 de julho de 2016. 


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